Alchymia do ceo ...

Procuro sentido(s) para esta breve existência ... há quem procure na fama, há quem a busque no poder, há quem anseie desenfreadamente o Amor ... Mas tudo é vão ... tudo é vacuidade, como as folhas que se libertam das árvores no outono, Mas tudo é transitório ... como a passagem de um comboio de alta velocidade pelas estações, Mas tudo é instável, como as marés que fazem os barcos deambular, Mas tudo é movediço, como os pântanos que nos mostram o(s) risco(s), Contínuo a procurar sentido(s) para esta breve existência, atolada em compromissos, em rotinas, em stress ... A vida tem de ser muito mais que isto, a vida não se resume apenas a isto ... Tem de haver algo maior ...

Vivemos num tempo sem tempo ... numa correria incessante, onde os segundos do relógio pulsam verozmente ... embrulhados em tarefas múltiplas, em pensamentos conectados, com agendas preenchidas de compromissos ... e vamos perdendo, deixando para trás breves momentos de contemplação, de "olhar" verdadeiramente a essências das coisas, do mundo, de estar em silêncio connosco próprios ... E, quando nos damos conta, já não temos tempo para ter/ser tempo ...

Os caminhos da vida, por vezes, levam-nos por atalhos que desconhecíamos ... queremos sempre ir tão longe, mas ficamos sempre por perto ... perto do coração, das emoções, dos laços que nos unem ou nos prendem ... Caminhamos como peregrinos no meio de bosques e florestas, enredados pelos ramos que nos teimam em segurar ... Temos o infinito horizonte perante nós, a imensão de projetos, de sonhos, de ideias, de viagens por concretizar ... mas aquele caminho teima em levar-nos de regresso aos nossos, ao lar ... Despimos o nosso hábito de cervo que gosta de saltitar pelos bosques ... despimos a nossa alma do elo da magia ... e como peregrinos movidos por uma fé nos caminhos insondáveis da vida retomamos o caminho de sempre ... o caminho do dever, o caminho do Amor ...

A alma que foge dos dias de rotina, numa procura incessante pelo seu abrigo ... busca entre o frenesim das multidões, do ruído dos veículos, dos sons gritantes e interpelantes a calma ... a serenidade ... a paz ... A alma que se sente empoeirada num caos da existência quotidiana, que se revitaliza e renasce quando se acolhe na bondade, da gratidão dos pequenos atos quotidianos ... A alma que procura a Vida em pleno, numa comunhão total com o Universo, em que o corpo é apenas a sua armadura e o seu escudo para o aperfeiçoamento, para a mutação da sua essência ...